Poesie inserite da Desafinado64

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Scritta da: Desafinado64

A árvore dos poemas / L'albero delle poesie

Quando a árvore dos poemas não dà poemas,
Seus galhos se contorcem todos como mãos de enterrados vivos,
Os galhos desnudos, ressecos, sem o perdão de Deus!
E, depois, meu Deus, essa lenta procissão de almas retirantes...
De vez em quando uma tomba, exausta à beira do caminho,
Porque ninguém lhe chega ao lábio o frescor de cântaro,
a doçura de fruto que poderia haver num poema.
Maldita a geração sem poetas que deixa as almas seguirem
seguirem como animais em estúpida migração!
Quando a árvore dos poemas não dà poemas,
Qual serà o destino das almas?

Quando l'albero delle poesie non dà poesie,
I suoi rami si contorcono tutti, come le mani
di sepolti vivi,
Rami nudi, rinsecchiti, senza il perdono
di Dio!
E poi, mio Dio, quella lenta processione di anime
emigranti...
Di tanto in tanto una cade, sfinita, sul ciglio
della strada,
Perché nessuno le reca al labbro la frescura di
brocca d'acqua,
La dolcezza di frutto che potrebbe esserci in una poesia.
Maledetta generazione senza poeti che lascia
le anime incamminarsi,
Incamminarsi come animali in stupida migrazione!
Quando l'albero delle poesie non dà poesie,
Quale sarà il destino delle anime?
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    Scritta da: Desafinado64

    O que vocês não sabem e nem imaginam

    Vocês não sabem
    mas todas as manhãs me preparo
    para ser, de novo, aquele homem.
    Arrumo as aflições, as carências,
    as poucas alegrias do que ainda sou capaz de rir,
    o vinagre para as mágoas
    e o cansaço que usarei
    mais para o fim da tarde.
    À hora do costume,
    estou no meu respeitoso emprego:
    o de Secretário de Informação e de Relações
    [Públicas.
    Aturo pacientemente os colegas,
    felizes em seus ostentosos cargos,
    em suas mesas repletas de ofícios,
    os ares importantes dos chefes
    meticulosamente empacotados em seus fatos,
    a lenta e indiferente preguiça do tempo.
    Todas as manhãs tudo se repete.
    O poeta Eduardo White se despede de mim
    à porta de casa,
    agradece-me o esforço que è mantê-lo,
    alimentado, vestido e bebido
    (ele sem mover palha)
    me lembra o pão que devo trazer,
    os rebuçados para prendar o Sandro,
    o sorriso luzidio e feliz para a Olga,
    e alguma disposição da que me reste
    para os amigos que, mais logo,
    possam eventualmente aparecer.
    Depois, ao fim da tarde,
    jà com as obrigações cumpridas,
    rumo a casa.
    À porta me esperam
    a mulher, o filho e o poeta.
    A todos cumprimento de igual modo.
    Um largo sorriso no rosto,
    um expresso cansaço nos olhos,
    para que de mim se apiedem
    e se esmerem no respeito,
    e aquele costumeiro morro de fome.
    Então à mesa, religiosamente comemos os quatro
    o jantar de três
    (que o poeta inconsta
    na ficha do agregado).
    Fingidamente satisfeito ensaio
    um largo bocejo
    e do homem me dispo.
    Chamo pela Olga para que o pendure,
    junto ao resto da roupa,
    com aquele jeito que sò ela tem
    de o encabidar sem o amarrotar.
    O poeta, visto depois
    e è com ele que amo,
    escrevo versos
    e faço filhos.

    Voi non lo sapete,
    ma tutte le mattine mi preparo
    per essere, di nuovo, quell'uomo.
    Rassetto le afflizioni, le mancanze,
    le poche gioie di cui ancora riesco a ridere,
    l'aceto per i dispiaceri
    e la stanchezza che userò
    più verso sera.
    All'ora abituale,
    sono nel mio decoroso impiego:
    Segretario per le Informazioni e i Rapporti col Pubblico.
    Tollero con pazienza i colleghi,
    felici dei loro pomposi incarichi,
    delle scrivanie piene di documenti,
    le arie d'importanza dei capi,
    meticolosamente impacchettati nei loro abiti,
    la lenta e indifferente pigrizia del tempo.
    Ogni mattina tutto si ripete.
    Il poeta Eduardo White si accomiata da me
    sulla soglia di casa,
    mi ringrazia della fatica che è mantenerlo,
    dargli da mangiare, da bere e da vestire
    (senza che lui muova un dito),
    mi ricorda di portare il pane,
    le caramelle da regalare a Sandro,
    il sorriso brillante e felice per Olga
    e di badare che resti qualcosa
    per gli amici che, più tardi,
    potrebbero venire a visitarmi.
    Poi, verso sera,
    con i miei doveri già compiuti,
    torno verso casa.
    Alla porta mi aspettano
    la donna, il figlio e il poeta.
    Saluto tutti allo stesso modo.
    Un largo sorriso nel volto,
    un'evidente stanchezza negli occhi,
    perché si impietosiscano di me
    e ancora meglio mi rispettino,
    e quel mio solito "Muoio di fame".
    Poi a tavola, religiosamente mangiamo tutti e quattro
    la cena di tre
    (ché il poeta non risulta
    nello stato di famiglia).
    Fintamente soddisfatto tento
    un largo sbadiglio
    e dell'uomo mi svesto.
    Chiamo Olga perché lo appenda,
    vicino all'altra roba,
    con quel modo che solo lei ha
    di metterlo sulla gruccia senza sgualcirlo.
    Dopo, vesto il poeta,
    ed è con lui che amo,
    scrivo versi
    e faccio figli.
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      Scritta da: Desafinado64

      O que vocês não sabem e nem imaginam

      "Vocês não sabem
      mas todas as manhãs me preparo
      para ser, de novo, aquele homem.
      Arrumo as aflições, as carências,
      as poucas alegrias do que ainda sou capaz de rir,
      o vinagre para as mágoas
      e o cansaço que usarei
      mais para o fim da tarde.
      À hora do costume,
      estou no meu respeitoso emprego:
      o de Secretário de Informação e de Relações
      [Públicas.
      Aturo pacientemente os colegas,
      felizes em seus ostentosos cargos,
      em suas mesas repletas de ofícios,
      os ares importantes dos chefes
      meticulosamente empacotados em seus fatos,
      a lenta e indiferente preguiça do tempo.
      Todas as manhãs tudo se repete.
      O poeta Eduardo White se despede de mim
      à porta de casa,
      agradece-me o esforço que è mantê-lo,
      alimentado, vestido e bebido
      (ele sem mover palha)
      me lembra o pão que devo trazer,
      os rebuçados para prendar o Sandro,
      o sorriso luzidio e feliz para a Olga,
      e alguma disposição da que me reste
      para os amigos que, mais logo,
      possam eventualmente aparecer.
      Depois, ao fim da tarde,
      jà com as obrigações cumpridas,
      rumo a casa.
      À porta me esperam
      a mulher, o filho e o poeta.
      A todos cumprimento de igual modo.
      Um largo sorriso no rosto,
      um expresso cansaço nos olhos,
      para que de mim se apiedem
      e se esmerem no respeito,
      e aquele costumeiro morro de fome.
      Então à mesa, religiosamente comemos os quatro
      o jantar de três
      (que o poeta inconsta
      na ficha do agregado).
      Fingidamente satisfeito ensaio
      um largo bocejo
      e do homem me dispo.
      Chamo pela Olga para que o pendure,
      junto ao resto da roupa,
      com aquele jeito que sò ela tem
      de o encabidar sem o amarrotar.
      O poeta, visto depois
      e è com ele que amo,
      escrevo versos
      e faço filhos."

      Voi non lo sapete,
      ma tutte le mattine mi preparo
      per essere, di nuovo, quell'uomo.
      Rassetto le afflizioni, le mancanze,
      le poche gioie di cui ancora riesco a ridere,
      l'aceto per i dispiaceri
      e la stanchezza che userò
      più verso sera.
      All'ora abituale,
      sono nel mio decoroso impiego:
      Segretario per le Informazioni e i Rapporti col Pubblico.
      Tollero con pazienza i colleghi,
      felici dei loro pomposi incarichi,
      delle scrivanie piene di documenti,
      le arie d'importanza dei capi,
      meticolosamente impacchettati nei loro abiti,
      la lenta e indifferente pigrizia del tempo.
      Ogni mattina tutto si ripete.
      Il poeta Eduardo White si accomiata da me
      sulla soglia di casa,
      mi ringrazia della fatica che è mantenerlo,
      dargli da mangiare, da bere e da vestire
      (senza che lui muova un dito),
      mi ricorda di portare il pane,
      le caramelle da regalare a Sandro,
      il sorriso brillante e felice per Olga
      e di badare che resti qualcosa
      per gli amici che, più tardi,
      potrebbero venire a visitarmi.
      Poi, verso sera,
      con i miei doveri già compiuti,
      torno verso casa.
      Alla porta mi aspettano
      la donna, il figlio e il poeta.
      Saluto tutti allo stesso modo.
      Un largo sorriso nel volto,
      un'evidente stanchezza negli occhi,
      perché si impietosiscano di me
      e ancora meglio mi rispettino,
      e quel mio solito "Muoio di fame".
      Poi a tavola, religiosamente mangiamo tutti e quattro
      la cena di tre
      (ché il poeta non risulta
      nello stato di famiglia).
      Fintamente soddisfatto tento
      un largo sbadiglio
      e dell'uomo mi svesto.
      Chiamo Olga perché lo appenda,
      vicino all'altra roba,
      con quel modo che solo lei ha
      di metterlo sulla gruccia senza sgualcirlo.
      Dopo, vesto il poeta,
      ed è con lui che amo,
      scrivo versi
      e faccio figli.
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        Scritta da: Desafinado64

        Il debito

        A dívida aumenta,
        A do país e a nossa.

        Cada manhã sabemos
        que se acumula a dívida.
        A grama que pisamos
        è dívida.
        A casa è uma hipoteca
        que a noite vai adiando.
        E os juros na hora certa.

        Ao fim do mês o emprego
        è dívida que aumenta
        com o sono. Os pesadelos.
        E nós sempre mais pobres
        vendemos por varejo ou menos,
        o Sol, a Lua, os planetas,
        atè os dias vincendos.

        A dívida aumenta
        por cálculo ou sem ele.
        O acaso engendra
        sua imagem no espelho
        que ao refletir è dívida.

        A eternidade à venda
        por dívida.
        A roça da morte
        em hasta pública
        por dívida.
        A hierarquia dos anjos
        deixou o céu por dívida.
        No despejo final:
        sò ratos e formigas.




        Il debito aumenta,
        del paese, e nostro.

        Ogni mattina sappiamo
        che si accumula il debito.
        L'erba che calpestiamo
        è debito.
        La casa è un'ipoteca
        che la notte rinvia.
        E gli interessi maturano puntuali.

        L'impiego a fine mese
        è debito che aumenta
        con il sonno. Gl'incubi.
        E noi sempre più poveri
        vendiamo al minuto, o meno,
        Sole, Luna, Pianeti,
        perfino i giorni in scadenza.

        Il debito aumenta
        per calcolo, o anche senza.
        Il caso genera
        allo specchio la sua immagine
        che, riflettendosi, è debito.

        L'eternità in vendita
        per debito.
        Il campo della morte
        all'asta pubblica
        per debito.
        La gerarchia degli angeli
        ha lasciato il cielo
        per debito.
        Nello sgombero finale:
        solo ratti e formiche.
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          Scritta da: Desafinado64

          A Rua (La strada)

          A rua è um rio de passos e de vozes,
          um rio terrível que me vai levando,
          mas estou sò, como se està na infância...
          ou quando a morte vai se aproximando...
          No ar, agora, que distante aroma?
          Decerto eu sem saber pensei em ti...
          E um vôo de andorinha na distância
          è a minha saudade que eu te mando.
          Mas tudo, nesse tumultuoso rio,
          não fica nunca ao fundo da lembrança
          como no seio azul de uma redoma...
          Tudo se afasta nessa correnteza
          onde uma flor, às vezes, fica presa
          e um claro riso sobre as águas dança!


          La strada è un fiume di passi e di voci,
          un terribile fiume che mi porta,
          ma sono solo, come si è nell'infanzia...
          o quando la morte si va avvicinando...
          Nell'aria, ora, che distante aroma?
          Certo senza saperlo ti ho pensata...
          E una rondine che vola in lontananza
          è la mia nostalgia che io ti mando.
          Ma tutto, in questo fiume tumultuoso,
          non resta mai al fondo del ricordo
          come guardato sotto una campana...
          E tutto se ne va nella corrente
          dove un fiore, alle volte, resta preso
          e un chiaro riso sulle acque danza!
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            Scritta da: Desafinado64

            Monotonia

            È segundo por segundo
            Que vai o tempo medindo
            Todas as coisas do mundo
            Num sò tic-tac, em suma,
            Hà tanta monotonia
            Que atè a felicidade,
            Como goteira num balde,
            Cansa, aborrece, enfastia...
            E a própria dor quem diria?
            A própria dor acostuma.
            E vão se revezando, assim,
            Dia e noite, sol e bruma...
            E isto afinal não cansa?
            Jà não hà gosto e desgosto
            Quando è prevista a mudança.
            Ai que vida!
            Ainda bem que tudo acaba...
            Ai que vida tão comprida...
            Se não houvesse a morte, Maria, '
            Eu me matava!

            È secondo per secondo
            Che il tempo va misurando
            Tutte le cose del mondo
            In un solo tic-tac, insomma
            C'è tanta monotonia
            Che anche la felicità,
            Come gocciolìo in in secchio,
            Stanca, annoia, infastidisce...
            E lo stesso dolore, chi lo direbbe?
            Lo stesso dolore abitua.
            E così si vanno alternando
            Giorno e notte, sole e bruma...
            E questo alla fine non stanca?
            Non c'è più piacere o disgusto
            Se il cambiamento è previsto.
            Ahi che vita!
            Meno male che tutto finisce...
            Ahi che vita tanto lunga...
            Se non ci fosse la morte, Maria,
            Mi ammazzerei!
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              Scritta da: Desafinado64

              O silêncio

              Há um grande silêncio que está sempre à escuta...

              E a gente se põe a dizer inquietamente qualquer coisa,
              qualquer coisa, seja o que for,
              desde a corriqueira dúvida sobre se chove ou não chove
              até a tua dúvida metafísica, Hamleto!

              E, por todo o sempre, enquanto a gente fala, fala, fala
              o silencio escuta...
              e cala.

              IL SILENZIO

              C'è un grande silenzio che è sempre in ascolto...

              Per questo ci mettiamo a dire inquietamente una cosa qualsiasi,
              una cosa qualsiasi, qualunque sia,
              dal dubbio triviale se pioverà o no
              fino al tuo dubbio metafisico, Amleto!

              E per tutto il sempre, mentre la gente parla, parla, parla...
              il silenzio ascolta...
              e tace.
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                Scritta da: Desafinado64

                O que Me Dói não è

                O que me dói não è
                O que hà no coração
                Mas essas coisas lindas
                Que nunca existirão...

                São as formas sem forma
                Que passam sem que a dor
                As possa conhecer
                Ou as sonhar o amor.

                São como se a tristeza
                Fosse árvore e, uma a uma,
                Caíssem suas folhas
                Entre o vestígio e a bruma.




                Quel che mi duole non è
                Quello che c'è nel cuore
                Ma quelle cose belle
                Che mai esisteranno.

                Sono le forme senza forma
                Che passano senza che il dolore
                Le possa conoscere,
                O sognarle l'amore.

                Come se la tristezza
                Fosse albero e, una ad una,
                Le sue foglie cadessero
                Tra il sentiero e la bruma.
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                  Scritta da: Desafinado64

                  No silêncio terrível

                  No silêncio terrível do Cosmos
                  Hà de ficar uma última lâmpada acesa
                  Mas tão baça
                  Tão pobre
                  Que eu procurarei, às cegas, por entre os papéis revoltos,
                  Pelo fundo dos armários,
                  Pelo assoalho, onde estarão fugindo imundas ratazanas,
                  O pequeno crucifixo de prata
                  -O pequenino, o milagroso crucifixo de prata que tu me deste um dia
                  Preso a uma fita preta.
                  E por ele os meus lábios convulsos chorarão
                  Viciosos do divino contato da prata fria...
                  Da prata clara, silenciosa, divinamente fria – morta!
                  E então a derradeira luz se apagarà de todo...

                  Nel silenzio terribile del cosmo
                  Rimarrà un'ultima lampada accesa
                  Ma così fioca
                  Così povera
                  Che io cercherò, alla cieca, tra le carte rimestate,
                  Nel fondo degli armadi,
                  Nel solaio, dove fuggiranno immondi ratti,
                  Il piccolo crocifisso d'argento,
                  Il minuto, miracoloso crocifisso d'argento che mi desti
                  un giorno
                  Legato a un nastro nero
                  E per lui le mie labbra convulse piangeranno
                  Avide del divino contatto dell'argento freddo...
                  Dell'argento chiaro, silenzioso, divinamente freddo - morto!
                  E allora quell'ultima luce si spegnerà del tutto...
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                    Scritta da: Desafinado64

                    Uma alegria para sempre

                    As coisas que não conseguem ser
                    olvidadas continuam acontecendo.
                    Sentimo-las como da primeira vez,
                    sentimo-las fora do tempo,
                    nesse mundo do sempre onde as
                    datas não datam. Sò no mundo do nunca
                    existem lápides... Que importa se –
                    depois de tudo – tenha "ela" partido,
                    casado, mudado, sumido, esquecido,
                    enganado, ou que quer que te haja
                    feito, em suma? Tiveste uma parte da
                    sua vida que foi sò tua e, esta, ela
                    jamais a poderà passar de ti para ninguém.
                    Hà bens inalienáveis, hà certos momentos que,
                    ao contrário do que pensas,
                    fazem parte da tua vida presente
                    e não do teu passado. E abrem-se no teu
                    sorriso mesmo quando, deslembrado deles,
                    estiveres sorrindo a outras coisas.
                    Ah, nem queiras saber o quanto
                    deves à ingrata criatura...
                    A thing of beauty is a joy for ever
                    disse, hà cento e muitos anos, um poeta
                    inglês que não conseguiu morrer. "

                    Un'allegria per sempre

                    Le cose che non riescono ad essere
                    dimenticate continuano a succedere.
                    Le sentiamo come la prima volta,
                    le sentiamo fuori dal tempo,
                    in quel mondo del sempre dove
                    le date non datano. Solo nel mondo del mai
                    esistono lapidi. Che importa, dopotutto,
                    che" lei" sia partita,
                    sposata, cambiata, scomparsa, abbia dimenticato,
                    ti abbia ingannato, o qualunque altra cosa
                    che ti abbia fatto, insomma? Hai avuto una parte
                    della sua vita che è stata solo tua, e, questa, lei
                    non potrà mai passarla da te a nessun altro.
                    Ci sono beni inalienabili, ci sono momenti che,
                    al contrario di quel che pensi,
                    fanno parte della tua vita presente
                    e non del tuo passato. E si aprono nel tuo
                    sorriso anche quando, dimentico di loro,
                    starai sorridendo ad altre cose.
                    Ah, non cercare neanche di sapere
                    quanto devi all'ingrata creatura...
                    A thing of beauty is a joy for ever,
                    disse, cento e molti anni fa, un poeta
                    inglese che non riuscì a morire.

                    1. John Keats.
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